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Joana de Verona

ARTE E GENEROSIDADE NA QUARENTENA

Joana de Verona é destas, que cativa o público com o primeiro sorriso! Joana tem um estilo marcante de in-terpretação, capaz de fazer com que suas personagens fiquem eternizadas na memória do público! A atriz brilhou recentemente na trama Global Éramos Seis, na pele de da feminista Adelaide, sem perder a doçura, o que encantou os noveleiros de plantão! Joana conversou com a Rica e contou um pouco de sua vida e carreira!

  • Joana você queria ser bailarina, como foi o início de sua carreira de atriz?

Até a adolescência eu estudava aula de dança e teatro, e chegou um momen- to que acabei precisando me apro- fundar em uma das áreas. Foi natural optar pelas artes. Mas sempre soube que poderia fazer dança em paralelo, porque também é uma paixão. Na ver- dade, tenho tido a sorte de conseguir fazer trabalhos, principalmente no te- atro, que estão ligados também com dança. O próximo espetáculo que farei, “Mapa Mundi”, com Eduardo Bretas, que vou estrear no Festival de Teatro do Porto, em Portugal, é bem ligado à dança.

  • Você foi morar em Paris com ap- enas 22 anos de idade, conte como foi a experiência ?

Para mim foi um marco muito impor- tante na minha vida, quando terminei a faculdade de cinema. Fui para Paris sozinha, aos 22 anos, muito nova. É uma cidade que respira arte. Foi o mo- mento que fiz um curso incrível, onde aprendi direção de som, montagem, escrita de roteiro para documentário, entre outras coisas. Cresci muito neste período. Depois do curso, ainda fiquei morando na cidade por um tempo.

  • Após atuar em mais de 30 filmes , várias peças de te- atro, novelas e outros projetos artísticos , o que mais te encanta?

Na arte sou apaixonada por dança, fotografia, artes plásti- cas em geral, cinema… O que mais acho incrível na arte é a liberdade de cruzar vários universos e se inspirar em várias fontes. O poder que a gente tem de se comunicar atrás de uma obra, com o que a gente sente e acredita sendo coloca- do para o mundo, para chegar a outras pessoas, reverberan- do de alguma forma… É incrível! É essa capacidade de tran- scendência, de acessar outros universos, que me encanta no meu trabalho.

  • Voce vive em Portugal e ficou conhecida por sua atu- ação na novela Ouro Verde. Conte um pouco da sua car- reira lá fora ?

Comecei com teatro amador em Portugal aos 8 anos, vim pro Brasil aos 10 anos. Foi quando fiz (curso de teatro) na Laura Alvim, depois voltei para continuar minha formação em Portugal. Me formei em teatro e cinema, emendando novelas… depois vieram os filmes coproduzidos com França, e também já filmei produções na Itália e Alemanha.

Costumo brincar dizendo que fazer Adelaide é de uma imensa sorte, por ser tão rica em termos de universo. Construí o passado dela enriquecendo com as escolhas que fui fazendo aos poucos. An- tonio Karnewale foi fundamental nesse processo, é um preparador de elenco muito sensível, que me ajudou bastante. O processo de criação é focado no corpo, então também destaco a Marcia Milhaz- es, quem me ajudou a entender que o corpo tem memória. O trabalho foi construído em equipe. Queria saber que energia tem Adelaide, que rapi- dez é essa que ela tem. Ela é de uma personalidade cheia de referências, com pensamento ágil, são vários mundos dentro dela. Adelaide é bastante rica nesse sentido. Estudei várias biografias de mul- heres importantes na época. É uma homenagem a todas essas mulheres. Clarice Lispector, Simone de Beauvoir, Tarsila do Amaral, Coco Chanel… Fui be- ber em vários lugares para criar essa personagem. Adelaide é uma feminista doce.

  • Você gostou do final da Adelaide em Éramos Seis?

Sim ! Gostei do final da personagem! Gostei da transformação dela, da forma como Adelaide am- adureceu. Passaram se dez anos e ela vem trans- formada , mais madura com um ritmo mais calmo, mais mulher no sentido de de saber o que quer pra vida dela. Ela teve a coragem de romper o noivado ao se deparar com o amor dela, que é o Alfredo. Após dez anos houve muito amadurecimento em ambos os personagens e é isso que torna os perso- nagens tão cativantes! Adelaide decidiu se aven- turar na vida com Alfredo. Confesso que eu não estava esperando. Eu achava que ela ia terminar sem ele, mas ele voltou rendido , digamos, aos er- ros que fez e também consciente deles , mais ama- durecido e uma vez que o amor deles ainda existia e Adelaide estava disponível pra largar o que tinha planejado para embarcar numa vida futura com com ele, achei corajoso da parte dela. É um final que a gente sabe que o público queria muito. Achei muito bonito a forma como ela vê a mãe mais hu-manizada, mais afetuosa, fazendo terapia mais consciente de si própria. Ela se realiza também por ver a irmã bem sucedida e tão emancipada artisti- camente pessoalmente! Foi muito bonito o final da novela. uma catarse geral do Público e dos profis- sionais que fizeram esse lindo trabalho!

  • O que você mais gosta de fazer quando não está trabalhando?

Gosto de viajar, dançar, nadar, de pintar, de fotogra- far e de filmar. De modo geral, é isso.

  • Neste tempo de confinamento o que você tem feito?

Eu tenho tentado cuidar dos laços afetivos, saber se as pessoas, tanto da família como amigos, como de pessoas próximas de vizinhos de pessoas ido- sas, pessoas que eu encontro na rua, pessoas que eu vejo na janelas, velhinhos, precisam de algu- ma coisa. Procuro ajudar da forma que posso . Se precisam de algo da farmácia , se querem que eu vá ! Também procuro saber quais as linhas de voluntariado em Portugal que estão precisando de ajuda , além de enfim, ter tempo pra escrever pra deixar corpo e a mente   entenderem tudo o que tá acontecendo! Aproveitando o tempo também pra ver filmes, pra escutar música, pra cozinhar. Ah e pensar em todas as pessoas que não têm a possibilidade de ter um teto! Em todas as pessoas que não têm a possibilidade de estar junto de entes queridos, ou quem não tem sequer a a possibili- dade de saneamento básico, e isso é muito preocu- pante. É por isso que nós temos que nos mobilizar generosamente, voluntariar para ajudar o próximo.

  • Quais são seus planos quando acabar a Pan- demia?

Quando passar a pandemia, acho que vai ser abraçar o máximo possivel, dançar muito, abraçar muito as pessoas amadas, celebrar muito esse mo- mento de podermos voltar a transitar, nos tocar- mos , nos relacionarmos livremente. Espero voltar ao trabalho, e estou com com saudades do teatro

Fotos: Nana Moraes

Agradecimento:

Assessoria Valmir Moratelli

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